A Netflix divulgou o trailer oficial de Frankenstein, novo projeto de Guillermo Del Toro, que estreia no streaming em 7 de novembro e terá exibição limitada nos cinemas a partir de 23 de outubro. O filme é uma adaptação da obra clássica de Mary Shelley, mas com uma abordagem que propõe uma releitura da história sob dois pontos de vista: o do cientista Victor Frankenstein e o da criatura que ele criou.
No trailer, o público é apresentado à criatura — interpretada por Jacob Elordi — não como um ser monstruoso, mas como alguém que busca compreender sua origem e o abandono que sofreu. A narrativa se desdobra em três partes: um prelúdio, seguido por duas versões dos eventos centrais. A primeira é contada por Victor Frankenstein, vivido por Oscar Isaac, e a segunda pela própria criatura, que narra sua trajetória de dor, rejeição e busca por identidade.
A proposta de Del Toro é explorar não apenas o horror da criação, mas também os dilemas éticos e emocionais que envolvem o experimento. O trailer sugere que o filme se aprofunda na infância de Victor, revelando os traumas e motivações que o levaram a desafiar os limites da ciência. Ao mesmo tempo, a perspectiva da criatura convida o espectador a refletir sobre o que significa ser humano, ser rejeitado e ser condenado por algo que não escolheu ser.
O elenco reúne nomes como Mia Goth, Christoph Waltz, Charles Dance e Felix Kammerer, além de Elordi e Isaac. A direção e o roteiro são assinados por Del Toro, que descreveu o projeto como um sonho pessoal. A produção foi aplaudida por 13 minutos durante sua exibição no Festival de Cinema de Veneza, indicando que a abordagem emocional e filosófica da obra encontrou ressonância com o público.
A escolha de dividir a narrativa entre criador e criatura marca uma ruptura com adaptações anteriores, que geralmente se concentram na perspectiva do cientista ou tratam o monstro como um antagonista silencioso. Aqui, a criatura ganha voz, memória e consciência, tornando-se protagonista de sua própria história. O trailer mostra cenas em que ela caminha por paisagens desoladas, observa o mundo com curiosidade e dor, e confronta seu criador em busca de respostas.
A estreia de Frankenstein acontece em um momento em que o cinema revisita clássicos com novas lentes. A versão de Del Toro parece se alinhar com essa tendência, oferecendo uma leitura que valoriza o ponto de vista do excluído, do marginalizado, e que questiona as fronteiras entre ciência, responsabilidade e afeto.
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